eu fiquei (me senti) sozinha em 2022 — vulgo meu pior ano.

Ana Marchiori
3 min readDec 15, 2023

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Em 2022 entrei no primeiro ano do ensino médio, o ano em que todo mundo está ansioso e animado para chegar (ainda bem que a minha mãe sempre me disse que eu não sou todo mundo) enfim, achei que iria mudar de escola, pois ia tentar entrar na etec, mas desisti, então continuei na mesma escola que eu estava desde o primeiro ano do fundamental, ou seja, 11 anos no mesmo lugar, com as mesmas pessoas e a mesma rotina.

Começou o ano, e aquele medo por estar entrando no ensino médio reinou na minha cabeça, estava com medo de tudo que poderia acontecer, de coração, estava com o pior pressentimento do mundo.

Como todo mundo sabe, começo de ano no colégio, todo mundo se ama, conversa e se dá bem! Mas depois de um tempo tudo pode começar a desmoronar.

E sim, tudo começou a desmoronar quando eu contei que iria mudar de escola no ano seguinte (estava animada com essa mudança, mas não posso negar, estava com medo) mas certas pessoas me olharam de um jeito meio torto e falaram coisas que me machucaram, como uma professora que me disse:

Eu tenho certeza que você vai desistir e vai voltar, você não tem capacidade para aguentar essa mudança e muito menos para ficar longe de nós.

Nesse momento eu duvidei na minha capacidade e comecei a ficar mega ansiosa, mas tentei o máximo ignorar, pois algo me dizia que essa mudança seria boa e ótima. Então, como estavam chegando as férias, ignorei a professora (a qual eu confiava muito).

Chegou o último dia de aula, recebi cartinhas lindas e um presente magnífico os quais eu guardo com muito amor e carinho, mas… será que essas cartinhas e presentes realmente foram feitas com carinho? Ou foi algo de última hora? Enfim, não me interessava, eu tinha gostado dos presentes e das palavras que recebi. Eu confiei nelas, trouxa eu diria.

Nossa amizade não vai acabar por conta da distância, eu te prometo.

Essa foi a frase, a qual eu mais ouvi e a qual eu mais acreditei! Achava que nas férias iríamos passar um bom tempo juntos, sair, conversar… mas não foi bem assim. Todos sumiram, os grupos estavam mortos, não recebia convites e mensagens, não me importei, afinal ninguém é obrigado(a) a me chamar para sair e muito menos em mandar mensagem.

Em um dia aleatório, nas férias, estava no insta como de costume (como as redes vicia né?) cheguei no storys de uma menina da minha sala e ela postou uma foto com o resto do grupo (O QUAL ESTAVA PARADO NO WHATS) fiquei me perguntando o porquê não fui chamada se o resto do pessoal foi, criaram um grupo sem mim? Eu era o problema? Eu atrapalharia?

Mesmo com todos esses pensamentos tentei não me culpar e ignorar o acontecimento, mas não parou por aí, na semana seguinte o MESMO pessoal saiu para se encontrar e novamente não recebi convite algum. Neste momento eu não aguentei, me culpei e me senti muito mal. Porque, sim, eu era o problema, eu era a única que não havia sido convidada, eu era a única que não estava no grupo.

Mas, por quê? Por que isso aconteceu? Por que elas me excluíram? Por que elas não me chamavam? POR QUÊ?? Posso dizer que passei alguns dias pensando nisso e questionando isso, pois eu não queria ter que me afastar do pessoal da minha sala.

Foram 11 anos que passamos juntos, jogados no lixo, onze anos de memórias que foram apagadas em instantes ou esquecidas.

O que o tempo não apaga, a gente finge que esquece, como uma maneira de fugimos daquilo que nos machucou ou machuca.

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